terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Kuro Obi - Welton Campos Esteves Junior

O Karatê na minha vida

Quando se é criança, temos muitas dúvidas: o que ser? O que seguir? Muitos tomam o esporte como um hobbie, outros como profissão e outra parcela não tem se quer a oportunidade para começar.

Para mim, o karatê se trata de um modo de vida, onde em 2011 com 11 anos de idade pesando cerca de 90 kilos e 1,60 de altura, já havia tentado inúmeros esportes, mas devido ao sobrepeso não conseguia me encaixar em nenhum.

Foi então, que surgiu um projeto denominado atleta do futuro, que era uma parceria do governo com a Instituição Sesi. Este projeto contava com inúmeras modalidades, dentre elas o karatê, onde além de aulas gratuitas os alunos teriam: kimono, luvas e protetores bucais.

Consegui a vaga e comecei meus treinamentos, desde a primeira aula já fiquei encantado com o Sensei explicando como seria os treinamentos, qual seria nossa conduta dentro e fora do tatame: respeito esse que não havia sido encontrado em nenhum esporte.

Com poucos meses, recebi o convite para meu primeiro campeonato, no qual foi realizado no dia 29 de março de 2012, no Sesc Faiçalville em Goiânia-Go. Neste momento, pude perceber a grandeza do karatê, saindo mais que satisfeito e motivado, pois em meu primeiro campeonato havia ficado em terceiro lugar no kumite.

Continuei treinando, me graduando, me dedicando cada dia mais, até que em 2016 o projeto deixa de existir. Porém, a Instituição Sesi, na qual me patrocinou em inúmeros campeonatos, me recebe como funcionário, mesmo sendo menor de idade, podendo continuar meus treinos.

Mais um ano se passou, inicia-se então 2017, junto com ele uma nova fase está prestes a se iniciar: ingresso no curso de odontologia, junto a ele novos desafios de conciliar os treinos, estudos e ainda ajudar meus pais em minhas despesas.

Então, no dia 07 de dezembro de 2018, chega a tão sonhada faixa marrom, junto a ela, novos desafios, sendo que a faculdade exigia cada vez mais de meu tempo e dedicação, sendo uma graduação integral. Além do mais, eu trabalhava como artesão com artigos em couro, para ajudar nas dívidas e tentando conciliar os treinos a rotina.

Com o tempo, não conseguia ter a mesma constância nos treinos, igual na infância, mas treinei por mais um ano nas circunstâncias possíveis. Chega então, meu divisor de águas, fui convidado para realizar o exame de faixa preta, porém na época a situação financeira estava crítica, foi onde decidi não realizar naquele momento e aguardar um pouco mais, porém a compreensão na época não foi das melhores e tive que parar com meus treinos…

Os anos se passaram, me formei, montei meu próprio consultório odontológico, me organizava para casar com a mulher que namorei durante 7 anos. Contudo, sentia que ainda faltava o karatê em meu dia a dia. Neste momento, conheci o sensei Bruno Bussola através do Sensei Paulo Diniz. Encorajado pela minha esposa, decidi retornar os treinos, tendo a oportunidade de retomar meu caminho no karatê e de poder enxergar o mesmo, com outros olhos, tendo a honra de ver minha esposa começando sua jornada no karatê ao meu lado, como faixa branca.

 

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