Todas as oportunidades que tive de
estar na presença de Cassab foram de grande importância, um grande karateca e suas histórias
enriqueciam e aumentavam minha paixão pelo Karatê e por minha escola Yobukan
(Águas Claras).
Após a prática incansável com Jonery Sensei as conversas começavam, terminavam, recomeçavam... e assim conhecemos muitas boas histórias!
Compartilho aqui uma destas com vocês...
Deixa eu te contar uma história que se passou em novembro de 2000...
Durante os treinos na YOBUKAN, muitos anos escutando com muita atenção
as histórias do Jonery Sensei sobre seu Grande Mestre Sagara, imaginava como seria
conhecê-lo pessoalmente.
Essa primeira oportunidade viria a ocorrer em novembro de 2000.
Jonery Sensei convidou seus alunos para conhecer o seu Mestre Sagara.
Ele reforçou que seria um privilégio e disse que o convite estava aberto
para todos.
Por incrível que pareça somente dois alunos aceitaram o convite...
Eu (Cassab) e Carlos Pachaly!
Depois de muitas horas em um trânsito feroz (bem a cara de São Paulo!),
chegamos então num pequeno DOJO, nos fundos de uma casa muito simples.
Jonery Sensei conversa com Dona Luiza esposa de Sagara. Ela disse que
ele estava no médico porque seguia muito doente (um ano depois ele viera a
falecer).
Enquanto Jonery conversa com Dona Luiza, eu (Cassab) e Pachaly
aguardamos em um cantinho do DOJO.
Não pudemos deixar de notar que havia um Professor dando aula. Um japonês
pequenininho...
Quando Jonery Sensei voltou, perguntei se conhecia aquele Professor... Ele
afirmou: “Esse é meu amigo Edson Fujinori Nakama”.
Como não seria nessa primeira oportunidade que iríamos conhecer Sagara
Sensei saímos e fomos ajudar o Sensei Mário Ronei no Ginásio de Esporte do
Ibirapuera.
Neste final de semana acontecia também um campeonato Brasileiro de
Karatê de uma “renomada” Confederação Esportiva em São Paulo...
Alguns minutos depois de chegar ao Ginásio de Esportes escutamos o “digníssimo”
Presidente da Confederação dizer no microfone: “Parem a competição! Senhores
juízes, parem as lutas! Gostaria de pedir um minuto de atenção de toda a
plateia...”
(Cassab) Pensei... o que será que houve dessa vez...?
O Presidente voltou para a plateia e continuou a dizer: “Senhoras e
Senhores, temos a presença ILUSTRE do Grande Mestre Edson Fujinori Nakama no
ginásio!”
Pediu que o Sensei Edson se dirigisse ao microfone... Nakama de longe agradeceu,
mas recusou o convite!
Como se a presença dele não fosse notada, subiu toda a arquibancada... Procurando
Jonery Sensei e sentou-se ao lado dele. E ali ficaram os dois, conversando como
bons amigos. Sem chamar atenção!
Grandes mestres como Nakama e Jonery,
deixam essa marca por onde passam: HUMILDADE.
Atitudes como esta nos ensinam que
ser bom não significa ter um alto cargo, ou ter “fama”.
Ter um título, alta graduação, atrair
todos os olhares, estar em evidência, no lugar mais alto do pódio é o que realmente
tem valor? A qualquer custo?
Hoje
sou um homem mais sábio do que ontem. Sou um ser humano, e um ser humano é uma criatura
vulnerável, que possivelmente não pode ser perfeita. Depois da morte, retorna
aos elementos – à terra, à água, ao fogo, ao vento, ao ar. Matéria é vazio. Tudo é vaidade. Somos como folhas de
grama ou como árvores da floresta, criação do universo não tem vida nem morte. A vaidade é o único obstáculo à vida.
(Funakoshi, 1994, p. 41)
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